quinta-feira, 27 de março de 2014

Por que eu me tornei um libertário de esquerda



Por Martin "Mr. Civil Libertarian"

Como os partidários do Libertarian Party (N. T.: "libertarian" é como é chamado o apoiador de políticas ultraliberais nos EUA) do lado dos EUA reúnem-se em cinemas para assistirem a versão do filme de A Revolta de Atlas (o filme tem um lançamento limitado e severa crítica de todos fora daqueles que já aceitaram completamente a filosofia de Ayn Rand de apologismo corporativo e apoio do egoísmo como um estilo de vida), o próprio Libertarian Party do Reino Unido é pego numa controvérsia menor sobre seu líder.

Então não é uma semana brilhante para ser um leitor de Nozick, Rand, Friedman ou Mises. Todavia nessa altura, de modo algum é um bom momento para se declarar associado com qualquer filosofia que defende o capitalismo laissez faire para ser uma virtude.

Mas para um crescente número de auto-descritos libertários, eu mesmo incluído, os libertarians de "direita" do Libertarian Party do Reino Unido e do Libertarian Party dos EUA estão silenciosamente abandonando o modelo "virtude do egoísmo" doutrinário de liberdade apoiado pelos Ultraliberais Capitalistas que insistem sobre as maravilhas produtivas de hierárquicas, riqueza concentrada e corporações privadas poderosas politicamente.

O libertário de esquerda, por outro lado, prefere identificar estas potências econômicas como o que eles são: os beneficiários de subsídios de estado invisíveis íntimos em uma variedade de formas.

Estes subsídios incluem:
  • direitos de propriedade artificiais;
  • um sistema regulatório que beneficia jogadores amplos e estabelecidos às custas de fornecedores menores;
  • subsidiar meios de transporte de longa distância às custas de iniciativa local mais capaz em adaptar oferta à demanda;
  • e custos de capital de despesas criados de forma tão elevada que a maioria das pessoas normais são incapazes de alguma vez iniciar os próprios negócios.
Em suma, Capitalismo como conhecemos não conseguiria sobreviver sem o estado; capitalismo de "livre mercado" é um oximoro. Na verdade, capitalismo mesmo anarco-capitalismo é, na realidade, feudalismo privatizado.

Então por que os então chamados partidários do Libertarian Party resultam numa completa força para apoiar um sistema econômico que é qualquer coisa menos libertário?

O problema é que muitas formas de libertarianismo carecem de alguma forma de contexto social.

Tais ultraliberais, ironicamente denominados liberais "vulgares", são melhor caracterizados pelos estereótipos reais que eles tentam fortemente se livrarem: misantropia, egoísmo e um total desprezo por origens de opressão não estatal (sexismo, racismo e outras formas de preconceito), bem como a vasta desigualdade de riqueza e falta de oportunidade apresentada pelo moderno e centralizado sistema econômico capitalista de estado.

Ao invés de tentar entender as origens destes sentimentos nocivos, eles geralmente ignoram, ou pior, justificam suas presenças em suas visões de uma sociedade "livre".

Como um exemplo disso, vos referencio em grande parte do trabalho do economista austríaco Walter Block, que recentemente lançou um livro intitulado The Case for Discrimination.

O argumento Libertário de Esquerda, por outro lado, ocorre diferente. Nós aceitamos o prejuízo causado às minorias pelos preconceitos socialmente destrutivos e divisivos – e a necessidade de lutarmos contra eles.

Nós também aceitamos o dano causado pela concentração de riqueza e pelo sistema de classe – e a necessidade de lutarmos contra eles.

Nosso única divergência com a esquerda convencional é nossa desconfiança do estado como uma ferramenta para reformas.

Afinal de contas, o estado é uma instituição que existe para permitir as classes corporativas prosperarem – e as políticas da esquerda progressista, enquanto reivindica trabalhar em direção a uma sociedade mais justa e livre, estão meramente ajustando dentro dos parâmetros permitidos do status quo.

É essa desconfiança do privilégio tanto do estado quanto privado que define da Direita Ultraliberal.

A posição libertária de esquerda é também resumida pelo escritor mutualista Kevin Carson, do Center For a Stateless Society: "As Grandes Empresas tem sido uma criatura do estado desde o seu início. E mercados genuinamente livres operariam como dinamite nas fundações do poder corporativo".

Traduzido por Rodrigo Viana. Para ler o artigo original clique aqui.


Martin "Mr. Civil Libertarian" mantém o blog Mr Civil Libertarian.