Este artigo foi escrito para o jornal anarquista Liberty em uma resposta ao leitor chamado S. Blodgett. Tal artigo se encontra no livro chamado "Instead of a book: By a man too busy write one", uma coleção de artigos e ensaios de Benjamin Tucker publicados no jornal Liberty. Para baixá-lo clique aqui.
Por Benjamin Tucker
[Liberty,
28 de Abril de 1888]
Ao
Editor de Liberty:
Eu
tenho mais uma pergunta, e não me passa pela cabeça querer lhe
complicar mais ainda nessa direção.
Você
diz: "Eu não acredito em nenhum direito de propriedade inerente. A
propriedade é uma convenção social".
Mas
então, o Anarquismo reconhece a justiça de obrigar indivíduos a
levar em conta convenções sociais?
S.
Blodgett.
Grahamville, Florida.
Grahamville, Florida.
Leitores
que desejem refrescarem suas memórias sobre a serie de perguntas na
qual se inclui a anterior devem consultar os números 115 e 117. A
resposta à primeira pergunta no número 115 é na verdade uma
resposta à pergunta colocada agora. Lá eu disse que a única
compulsão de indivíduos cuja justiça o Anarquismo reconhece é
aquela que compele indivíduos invasivos a abster de transgredir o
princípio de igual liberdade. Agora, sendo a própria
igual liberdade uma convenção social (não existem direitos
naturais), é obvio que o Anarquismo reconheça a justiça de
compelir indivíduos a levar em conta alguma convenção social. Mas
disso não se segue que ele reconhece a justiça de compelir
indivíduos a levar em conta toda e quaisquer convenções sociais.
O
Anarquismo protege a igual liberdade (da qual a propriedade baseada
no trabalho é simplesmente uma expressão numa esfera em
particular), não porque seja uma convenção social, mas porque é
igual liberdade, - isto é, porque é o Anarquismo em si. O
Anarquismo pode muito bem proteger a si mesmo, mas aí sua missão
acaba. Essa auto-proteção deve ser efetuada através de associação
voluntária, e não através de governo; proteger a igual liberdade
através de governo é invadir a igual liberdade.
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Benjamin Tucker foi um anarco-individualista e propagador do Mutualismo nos Estados Unidos. Atuou como tradutor, teórico político e econômico e trabalhou como editor para o jornal anarquista "Liberty".
Tradução de Rafael Hotz
Fonte: Portal Libertarianismo
Fonte: Portal Libertarianismo