Alguns
fragmentos proudhonianos recentemente traduzidos:
A
frase "la propriété, c'est la liberté" [Nota do
tradutor: a propriedade é a liberdade] aparece em Memórias de um
revolucionário (1867, Lacroix, p. 128) e no póstumo Théorie
de la propriété [N. do T.: Teoria da propriedade], (1867,
Lacroix, p.183) onde Proudhon escreve como se tivesse dito de que em
1846, no Sistema das contradições econômicas. O que ele diz
em 1846 é na verdade isso, tanto quanto posso dizer:
"Propriedade,
no que diz respeito aos fatos e direitos, é essencialmente
contraditório e é por essa razão que é absolutamente nada. Na
verdade, Propriedade é o direito de ocupação e ao mesmo tempo de
exclusão. Propriedade é a recompensa do trabalho e a negação do
trabalho. Propriedade é o produto espontâneo da sociedade e a
dissolução da sociedade. Propriedade é uma instituição de
justiça e propriedade É ROUBO".
Programa
Revolucionário de 1848:
Economia
Pública
por Joseph-Pierre Proudhon
Sou
eu cidadãos, como vocês bem sabem, o homem que escreveu essas
palavras: “A propriedade é roubo!”
Eu não venho retirá-las, Deus me livre! Eu persisto em tomar essa definição provocativa como a maior verdade de nosso século. Eu não tenho desejo de insultar suas convicções tampouco: tudo o que eu peço, é lhes dizer como eu – defensor da família e do lar, e adversário do comunismo que sou – entendo que a negação da propriedade é necessária para a abolição da miséria, para a emancipação do proletariado. É por seus frutos que se deve julgar uma doutrina: julguem então minha teoria por minha prática.
Quando eu digo, “A propriedade é um roubo!”, eu não proponho um princípio; eu não faço nada senão expressar uma conclusão. Vocês entenderão a enorme diferença imediatamente.
Eu não venho retirá-las, Deus me livre! Eu persisto em tomar essa definição provocativa como a maior verdade de nosso século. Eu não tenho desejo de insultar suas convicções tampouco: tudo o que eu peço, é lhes dizer como eu – defensor da família e do lar, e adversário do comunismo que sou – entendo que a negação da propriedade é necessária para a abolição da miséria, para a emancipação do proletariado. É por seus frutos que se deve julgar uma doutrina: julguem então minha teoria por minha prática.
Quando eu digo, “A propriedade é um roubo!”, eu não proponho um princípio; eu não faço nada senão expressar uma conclusão. Vocês entenderão a enorme diferença imediatamente.
"Eu defino liberdade como o direito de fazer qualquer coisa que não prejudique outros."
Entretanto,
se a definição de propriedade que eu proponho é apenas a
conclusão, ou ao invés a fórmula geral do sistema econômico, qual
é o princípio desse sistema, qual é a prática e quais são suas
formas?
Meu princípio, cidadãos, o qual parecerá chocante para vocês, meu princípio é seu; é a própria propriedade.
Eu não tenho outro símbolo, nem outro princípio exceto aquele da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Liberdade, igualdade, segurança, propriedade.
Como a Declaração dos Direitos, eu defino liberdade como o direito de fazer qualquer coisa que não prejudique outros.
Novamente, como a Declaração de Direitos, eu defino propriedade, provisoriamente, como o direito de dispor livremente da sua renda, dos frutos de seu trabalho e indústria.
Aqui está a totalidade do meu sistema: liberdade de consciência, liberdade de imprensa, liberdade de trabalho, livre troca, liberdade na educação, livre competição, livre disposição dos frutos do trabalho e indústria, liberdade ad infinitum, liberdade absoluta, liberdade para todos e sempre.
É esse o sistema de 89 e 93; o sistema de Quesnay, de Turgot, de J. B. Say; o sistema que é sempre professado, com mais ou menos inteligência e boa fé, pelos vários órgãos dos partidos políticos, o sistema dos Dèbats, da Presse, do Constitutionnel, do Siècle, do Nationale, da Rèforme, da Gazette; no fim, esse é seu sistema, votantes.
Simples como a unidade, vasto como a infinidade, esse sistema serve para si mesmo e para outros como critério. Numa palavra ele é compreendido e compele adesão; ninguém quer um sistema no qual a liberdade é mesmo minimamente comprometida. Uma palavra identifica e impede todos os erros: o que poderia ser mais fácil do que dizer o que é ou não é liberdade? Liberdade então, nada mais, nada menos. Laissez faire, laissez passer, no sentido mais amplo e literal; conseqüentemente a propriedade, assim que surja legitimamente dessa liberdade, é meu princípio. Nenhuma outra solidariedade entre cidadãos do que essa que aparece acidentalmente por força maior: no entanto que se relaciona a ações livres, e manifestações de pensamento reflexivo, completa e absoluta insolidariedade.
(...)
Quem é que não percebe que a organização mutualista de troca, de circulação, de crédito, de compra e venda, o fim dos impostos e tarifas de qualquer natureza que coloca fardos na produção e banimentos aos bens, irresistivelmente levam os produtores, cada um seguindo sua especialidade, em direção a uma centralização análoga a do estado, mas na qual nenhum obedece, ninguém é dependente, e todos são livres e soberanos?
Meu princípio, cidadãos, o qual parecerá chocante para vocês, meu princípio é seu; é a própria propriedade.
Eu não tenho outro símbolo, nem outro princípio exceto aquele da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Liberdade, igualdade, segurança, propriedade.
Como a Declaração dos Direitos, eu defino liberdade como o direito de fazer qualquer coisa que não prejudique outros.
Novamente, como a Declaração de Direitos, eu defino propriedade, provisoriamente, como o direito de dispor livremente da sua renda, dos frutos de seu trabalho e indústria.
Aqui está a totalidade do meu sistema: liberdade de consciência, liberdade de imprensa, liberdade de trabalho, livre troca, liberdade na educação, livre competição, livre disposição dos frutos do trabalho e indústria, liberdade ad infinitum, liberdade absoluta, liberdade para todos e sempre.
É esse o sistema de 89 e 93; o sistema de Quesnay, de Turgot, de J. B. Say; o sistema que é sempre professado, com mais ou menos inteligência e boa fé, pelos vários órgãos dos partidos políticos, o sistema dos Dèbats, da Presse, do Constitutionnel, do Siècle, do Nationale, da Rèforme, da Gazette; no fim, esse é seu sistema, votantes.
Simples como a unidade, vasto como a infinidade, esse sistema serve para si mesmo e para outros como critério. Numa palavra ele é compreendido e compele adesão; ninguém quer um sistema no qual a liberdade é mesmo minimamente comprometida. Uma palavra identifica e impede todos os erros: o que poderia ser mais fácil do que dizer o que é ou não é liberdade? Liberdade então, nada mais, nada menos. Laissez faire, laissez passer, no sentido mais amplo e literal; conseqüentemente a propriedade, assim que surja legitimamente dessa liberdade, é meu princípio. Nenhuma outra solidariedade entre cidadãos do que essa que aparece acidentalmente por força maior: no entanto que se relaciona a ações livres, e manifestações de pensamento reflexivo, completa e absoluta insolidariedade.
(...)
Quem é que não percebe que a organização mutualista de troca, de circulação, de crédito, de compra e venda, o fim dos impostos e tarifas de qualquer natureza que coloca fardos na produção e banimentos aos bens, irresistivelmente levam os produtores, cada um seguindo sua especialidade, em direção a uma centralização análoga a do estado, mas na qual nenhum obedece, ninguém é dependente, e todos são livres e soberanos?