terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Governo dos EUA vs. DEFCAD: Você Não Consegue Consertar a Burrice



Escrito por Kevin Carson

Não há nada tão engraçado como a visão dos funcionários autoritários de uma ordem moribunda tentando suprimir uma revolução que eles não entendem – e falham miseravelmente.

A tentativa do Departamento de Estado para censurar arquivos de arma de impressão 3D, do DEFCAD, é a mais recente – e uma das mais hilárias – tentativas dos Senhores da Escassez em compreender de uma vez por todas a revolução da Abundância que ameaça os seus poderes. Em menos de um dia após o DEFCAD ter sido forçado a removê-los, os arquivos apareceram no The Pirate Bay e no Mega. Com o Mega é ainda mais engraçado, Kim Dotcom está provavelmente rindo à toa sobre isso.

Qualquer que já tenha ouvido falar do Efeito Streisand poderia ter dito que isso aconteceria. Tentar suprimir informação na internet apenas atrai mais atenção para a informação original - que continua prontamente disponível – assim como constranger o pretenso supressor, visto que a tentativa de supressão se torna uma história em seu próprio direito. Eu perdi a conta do número de pessoas ontem que nunca tinham ouvido falar em Cody Wilson ou armas de impressão 3D até a ação do Departamento de Estado aparecer, contudo intencionado a ir ao Pirate Bay e verificar. Graças aos esforços promocionais inadvertidos do governo dos EUA, provavelmente cem ou mil vezes mais pessoas sabem onde obter os arquivos de armas de impressão, de Cody Wilson, do que antes.

Mas os bufões que se parabenizaram, há alguns dias atrás, desligando aqueles arquivos de armas de impressão não são exatamente os tipos de pessoas que você esperaria ter ouvido falar do Efeito Streisand – obviamente. Eles são os homens sérios nesta parte, apenas agindo para o nosso divertimento. Eles são como um grupo de socialites de meia-idade que caminha dentro de uma sala de jantar, em um curta dos Três Patetas e exigem “qual é o significado disso?!!” Para eles, a internet é só uma enorme TV com seriados, e tudo que eles tem a fazer é desligar a válvula em algum lugar para controlar o fluxo de informação. Só que a internet não funciona desse jeito. Na memorável frase do ativista John Gilmore, a internet interpreta a censura como dano e a evita fazendo um desvio nele.

Lembra das ironias do vice-presidente Joe Biden sobre “roubo” de “propriedade intelectual” não sendo diferente do caso criminoso chamado “smash-and-grabat Macy’s”? A abordagem do governo dos EUA ao DEFCAD ilustra o mesmo equívoco fundamental. Ele trata informação digital replicável de forma infinita como se fosse um bem finito e excludente existente num local fixo, de que alguém possa exercer controle ou posse física assim como com um sapato ou uma cadeira.

A justificativa legal deles – legislação de controle de exportação – apresenta a mesma falha conceitual. Eles não conseguem compreender realmente de que os “bens” que o DEFCAD estava “exportando” chegou em suas portas de destino de todo o mundo no mesmo momento que arquivos foram enviados ao site.

Um arquivo digital pode ser replicado infinitamente em um custo marginal perto de zero. O mesmo padrão de informação pode existir em um número ilimitado de locais simultaneamente. Um arquivo digital pode ser replicado infinitamente em um custo marginal perto de zero. O mesmo padrão de informação pode existir em um número ilimitado de locais simultaneamente. Viu? Eu só fiz isso com a função “copiar/ colar” do meu navegador. Tente fazer isso com as jóias vindas da loja Macy's. Você não consegue “roubar” uma música ou filme digital - o ato de replicação não afetas as cópias já na posse de outros, mas somente aumenta o número de cópias no mundo. É por isso que copiar não é roubar. Da mesma forma, você não pode negar o acesso mundial à informação por remover a cópia de um site.

Assistir estas pessoas tentando usar ferramentas conceituais da era da escassez para combater a abundância é como assistir Napoleão tentando derrotar Heinz Guderian ou Erwin Rommel com canhão de eixo com rodas e infantaria reunidas em formações de linha e coluna. Eles não tem as ferramentas conceituais para compreender, e muito menos lutar contra, a nova sociedade que estão tentando impedir o nascimento.

Por isso que as tentativas do governo em impor escassez artificial falham toda vez, não importa quantas vezes eles mudem o nome – ACTA, CISPA, etc. - e tentem de novo. Você não consegue consertar a burrice.

Então para vocês, Senhores da Escassez – representados desta vez pelos seus lacaios nos Departamentos de Estado e “Defesa” dos EUA, eu tenho uma mensagem: Vocês não tem autoridade ao qual somos obrigados a respeitar.

Traduzido por Rodrigo Viana