quinta-feira, 15 de maio de 2014

Hierarquia é o oposto de ordem



Por Jakob Pettersson “Sushigoat”

ordem
1. Uma condição de arranjo lógico ou compreensível entre os elementos separados de um grupo.

...o nível mais alto de ordem na sociedade é expressada pelo nível mais alto de liberdade individual, em uma palavra, pela ANARQUIA.
- P. J Proudhon

Hobbes de forma famosa defendia a hierarquia do estado por alegar que sem ela as pessoas viviam em uma “guerra de todos contra todos”. Embora nós não iremos discutir se isso tem ou não qualquer verdade histórica para tal, nós diremos o oposto: o Estado é uma zona de guerra! Os agressores são os monopólios econômicos, políticos tirânicos e a hegemonia cultural. O inimigo é a humanidade, liberdade, interação social e Ordem!

Uma hierarquia é um sistema de desordem; incompreensível, ilógico e ineficaz. Em todo nível, uma hierarquia cria antagonismo entre os diferentes agentes. Esta forma de organizar incita ódio contra seu colega, porque você também está concorrendo com ele, governando-o ou governado por ele. Então você busca punir, impelir, evitar, mentir e falar mal dele, porque você é forçado a isso. É a única coisa que faz sentido em uma hierarquia! Ser o pior você pode ser ou perder o seu lugar na atividade social, essa é a mensagem verdadeira da hierarquia.

Na hierarquia conhecimento é separado da autoridade, recompensa é separada do esforço e comunicação é obstruída pelo fato de que um agente tem o poder de colocar o outro em posições muito desconfortáveis. Como um resultado, aquele que assume ordens somente irá comunicar essa informação para seus superiores que não colocaria o subordinado em posições desconfortáveis. Isso é entendido, subconscientemente tanto pelo senhor quanto pelo servo, e cria uma aura de desconfiança entre eles. No final do dia, você nunca será capaz de se expressar completamente, eficientemente ou autenticamente, para alguém que tem o poder para te punir, humilhar, privar ou maltratar.

Do caos da hierarquia surge a guerra, violência e nacionalismo. Sem ela, é uma impossibilidade. Aqueles no topo de uma hierarquia tem seres humanos reais às suas disposições, quem pode ser separado completamente da vontade e dignidade individual se os senhores assim desejarem. Os senhores, se eles quiserem, podem e tornam seus capitais humanos em soldados, leais de partido, patriotas, consumistas, lunáticos paranoicos, criminosos, torcedores violentos de esportes, nacionalistas, racistas e assassinos de sangue frio. Obediência é uma doença que impede ordenar; pessoas que não se levantarão pelos seus próprios direitos para serem livres nunca farão sentido ao mundo. Nós apenas chamamos o que nos rodeia de “ordem” porque nós acreditamos nisso desde a juventude; vamos ser honestos conosco mesmo. Isso, esse sistema de hierarquia e submissão que nos rodeia é nada, senão uma Guerra Civil invisível.

“Não vou obedecer” é o coro de ordem, “só irei conformar à vontade de meus colegas se eu partilhar da intenção deles”, é o verso de toda decência humana. A única ordem é aquela ordem que é baseada no acordo mútuo, sem comandar e obedecer. Vamos reverter a noção dos dois monstros de Hobbes, “o estado de natureza” e o “contrato social”: O estado de hierarquia é uma guerra de todos contra todos! Portanto, devemos concordar, através de lei não escrita, a respeitar cada um e gerir nossa conduta nos princípios do acordo e reciprocidade mútua. Declaramos com Anselme Bellegarrigue:

Quem declara a anarquia, declara a negação de governo;
Quem declara a negação de governo, declara a afirmação do povo;
Quem declara a afirmação do povo, declara a liberdade individual;
Quem declara a liberdade individual, declara a soberania de cada um;
Quem declara a soberania de cada um; declara a igualdade;
Quem declara a igualdade; declara a solidariedade ou fraternidade;
Quem declara a fraternidade; declara a ordem social;
Ao contrário:
Quem declara o governo, declara a negação do povo;
Quem declara a negação do povo, declara a afirmação da autoridade política;
Quem declara a afirmação da autoridade política, declara a dependência individual;
Quem declara a dependência individual, declara a supremacia de classe;
Quem declara a supremacia de classe, declara a desigualdade;
Quem declara a desigualdade, declara o antagonismo;
Quem declara o antagonismo, declara a guerra civil;
De onde resulta que quem declara o governo, declara a guerra civil.


Traduzido por Rodrigo Viana. Para ler o original clique aqui.





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