Por
Jakob Pettersson “Sushigoat”
Parece
haver muita confusão sobre o que o socialismo libertário é, então
eu decidi escrever abaixo algumas notas:
O socialismo
libertário é anti-estatista, mas não necessariamente apátrida.
Essa é uma distinção importante. Embora a tendência comum de
libertários socialistas seja ser a favor da completa apatridia,
pode não ser necessariamente o caso. Comunistas
de conselho, Comunalistas,
Comunistas
de esquerda, socialistas
corporativos, todos deixam espaço para o governo se eles
considerarem isso necessário. Parece haver uma tema comum de
democracia participativa e governança face a face, ou da diminuição da ênfase
da conquista do poder político. O governo é para ser mantido tão
horizontal (e para alguns, local) quanto possível. O que é comum é
também uma ênfase da mudança social e econômica FORA da
máquina política, independente se a máquina política irá
definhar ou permanecer de uma forma ou outra.
Controle
do Trabalhador x da Comunidade
Não
está sob acordo, dentro do movimento libertário socialista, se deve
haver ou não o “controle dos tralhadores sobre os meios de produção”.
Alguns acreditam que deve sim haver o “controle da comunidade” sobre
o que tem sido produzido. Essa é uma importante distinção, por
motivos óbvios. Mutualistas geralmente argumentam que os
trabalhadores devem possuir suas empresas cooperativamente ou por
meio do emprego autônomo, enquanto Comunalistas, como Murray
Bookchin, argumentam que os consumidores devem ser os
governadores do produto social, ao invés dos trabalhadores.
Comunismo
não significa “propriedade coletiva”
Significa,
como declarou Louis
Blanc, “de
cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas
necessidades”.
Isso quer dizer que a ênfase é sobre os direitos de
acesso de fato, ao invés de títulos legais formais. Em sociedades
igualitárias primitivas, os porcos, vacas, colheitas, plantas
vizinhas e etc ERAM legitimamente considerados das próprias pessoas. Você não
podia simplesmente pegar o gado ou a colheita das pessoas indiscriminadamente, exceto se você pedisse ou insinuasse em querer
algo primeiro. O costume social era apenas dar se lhe pedissem para
dar, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, o outro agente retribuiria.
Apesar da propriedade coletiva ou comum poder desempenhar um
importante papel numa sociedade comunista, havia espaço para a
propriedade individual, além de apenas a distinção de “propriedade
pessoal” normal.
O socialismo
libertário não é inerentemente anti-mercado
Apesar
da maioria das vertentes libertárias socialistas enfatizar a
cooperação, dizendo que o socialismo libertário é anti-mercado, isso é
ser grandemente ignorante sobre a história do movimento. Proudhon e Bakunin, os padrinhos do movimento, ambos acreditavam em um mercado,
baseado no valor-trabalho. Tem havido muitas ideias sobre sistemas
de escambo local, cooperativas de crédito e mercados comunais [N. T.: mercado
comunal
é o sistema de mercado baseado em trocas entre comunidades, buscando
adquirir bens ou serviços produzidos por outra comunidade. Podendo
ser trocado por alguma certificação remunerativa, como cédulas de
trabalho (do inglês, labour notes)].
Assim como nem todos os socialistas autoritários são anti-mercado,
também nem todos os libertários socialistas são anti-mercado.
Tradução
por Rodrigo Viana. Para ler o artigo original clique
aqui.
Sushigoat é um blog que aborda assuntos corriqueiros, bem como anarquismo.
Veja também:
Veja também:
- Um socialismo pouco conhecido
- Anarquistas unidos jamais serão vencidos
- Guia básico sobre mutualismo
- O que anarquismo realmente significa
- O que é libertarianismo de esquerda?
Um comentário:
Perfeito! E tem muita gente, principalmente coxinhas, que acreditam que o anarquismo necessariamente é atrelado ao capitalismo e que anarquistas de esquerda defendem o mesmo ideal o socialismo de estado! Esta gente precisa ler e estudar mais antes de falarem bobagens!
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